SIA - Sobreviventes de Incesto Anônimos


"SIA é um Programa de Recuperação de Doze Passos para homens e mulheres,
maiores de 18 anos, que foram abusados sexualmente na infância."

Consequências do Abuso Sexual

Alcoolismo/Uso de drogas

Uma pessoa que viveu a experiência do abuso sexual na infância pode desenvolver o alcoolismo/uso de drogas, como forma de lidar com seus sentimentos de angústia, culpa, vergonha, não aceitação etc. É muito importante que a pessoa busque ajuda profissional ou em grupos de autoajuda para  aprender a viver bem, sem qualquer tipo de dependência química.
Você pode visitar o site dos Alcoólicos Anônimos ou Narcóticos Anônimos.

 

Depressão

A depressão é o sintoma mais comum para quem viveu o abuso sexual. O sentimento de baixa autoestima, de não se sentir merecedor de nada bom, faz com que a pessoa mergulhe em tendências depressivas durante anos. Essa depressão pode levar a outros sentimentos que anulam toda uma vida.
Sempre é importante que a pessoa entenda o que a leva a ter comportamentos depressivos. Existem vários sites na internet sobre depressão e suas consequências. É importante que a gente saiba como nosso organismo reage diante da depressão para que possamos nos prevenir. Você pode visitar o site dos Neuróticos Anônimos.

 

Promiscuidade

O que leva alguém a buscar um novo relacionamento? Quando nos relacionamos com pessoas destrutivas, abusivas, que, ao invés de nos proporcionar crescimento pessoal, leva-nos a uma situação de revitimização é porque estamos sendo promíscuos. Estamos buscando no outro aquilo que nós mesmos não conseguimos nos dar. Oferecemos nosso corpo como forma de receber um pouco de atenção, afeto, amor e carinho. Elevar nossa autoestima, lidar com nossos sentimentos negativos de não ser merecedores de algo bom é o que vai nos levar a estabelecer relacionamentos saudáveis e duradouros. Você pode visitar o site para Dependentes de Amor e Sexo.

 

Culpa

Esse é um dos principais problemas de quem viveu uma experiência de abuso sexual na infância.  A sensação de culpa pelo que aconteceu pode afetar toda a sua vida. Normalmente a culpa começa pela impotência que tínhamos diante de nossas histórias abusivas e segue nos dias atuais em nossos relacionamentos profissionais, pessoais e sociais. Aprender a lidar com esse sentimento pode ser um grande passo na sua recuperação e no resgate de sua autoestima e autovalorização. Quando aprendemos que não foi nossa culpa, aprendemos também a nos perdoar, a nos amar, a ser mais pacientes conosco e com as pessoas de quem gostamos.

 

Desordens Alimentares

Quem nunca descarregou a sua ansiedade ou a sua insegurança numa barra de chocolate?  Comer compulsivamente como forma de lidar com nossos sentimentos de insegurança é a palavra mais correta para demonstrar o que sentimos. Toda a instabilidade emocional gerada pelo abuso é transformada em ações compulsivas como o uso de drogas, bebidas alcoólicas, cigarro, sexo e, principalmente, comida. Mais uma vez, aprender a lidar com os nossos sentimentos é o que vai nos libertar de qualquer comportamento compulsivo. A partir do momento que passamos a entender o que sentimos e o porquê desses sentimentos fica mais fácil lidar com nossos comportamentos compulsivos. Você pode visitar o site dos Comedores Compulsivos Anônimos.

 

Problemas Familiares

Como estabelecer laços familiares saudáveis se, dentro de nós existem tantas mágoas e tristezas? Existe uma dinâmica na família abusiva que determina seus relacionamentos. Entender essa dinâmica é fundamental para que possamos começar a estabelecer novos padrões de relacionamentos com nossas famílias. Por mais que você deseje ficar distante de sua família, ela continuará a existir, e é importante que sejam estabelecidos novos padrões para esse relacionamento, a partir de sua recuperação. Estabelecer esses novos padrões poderá ajudá-lo no relacionamento com seu marido, esposa, namorado (a) e filhos, criando uma atmosfera mais saudável em sua casa. Você determina aquilo que vai gerar mais harmonia para você em todos os seus relacionamentos. Você pode visitar o site dos Codependentes Anônimos.

 

Isolamento

Isolar-se das pessoas e do mundo pode parecer seguro, pois assim estamos menos suscetíveis às pressões do dia a dia. Por outro lado, deixamos de viver nossas vidas fugindo de nós mesmos, dentro de uma concha que criamos. Em todos os relacionamentos existe uma troca de emoções e sensações. Perder essa troca nos deixa num mundo estagnado, sem prazer e sem alegria.
Colocar-se na roda da vida, viver e proporcionar emoções faz parte de nosso crescimento moral e espiritual. É assim que aprendemos. Perder o medo de experimentar qualquer tipo de relacionamento saudável é o que nos fará florescer para a vida.

 

Espiritualidade

Algumas pessoas podem achar que é bobagem essa questão de espiritualidade na recuperação de abuso sexual, e isso deve ser respeitado. Todos têm seu processo de recuperação e não devemos comparar experiências.
Relato de uma companheira: “No meu caso, sinto que o fato de saber que existe algo superior a mim, que todas as coisas que me aconteceram serviram como um aprendizado muito grande faz com que me sinta mais próxima de viver minha espiritualidade de uma forma diferente. Durante muitos anos tive muitas dificuldades em entender porque Deus “permitiu” que tudo isso acontecesse. Essa imagem de um Deus cruel (porque um Deus que permitisse essas coisas seria cruel) foi sendo transformada por um Deus que me dá oportunidades de aprendizado, de perdão, de amor ao próximo e isso mudou completamente minha forma de conhecer e aceitar minha espiritualidade”.

 

Personalidades Adaptáveis

Uma criança é capaz de tudo para lidar com sua experiência de abuso. As personalidades adaptáveis são muito lógicas dentro da experiência de abuso. Tínhamos o tempo todo que fingir que nada de errado estava acontecendo e esse foi o primeiro passo para criarmos dentro de nós mesmos outras personalidades para lidar com todas as situações do nosso dia a dia. Se você fizer uma busca na internet com palavras chave como “transtornos bipolares”, “stress pós-traumático” ou “múltiplas personalidades” verá que existem muitas informações a respeito e, principalmente, poderá descobrir formas de sentir mais “inteira”, mais segura e confiante.

 

Suicídio ou Automutilação

Existem algumas pessoas que viveram o abuso e pensam quase que diariamente em morrer. Talvez não seja o desejo de se suicidar, mas, antes disso, o desejo de morrer para que tudo acabe. Ela pode passar anos de sua vida desejando morrer. Existem outras que levam esse desejo mais a fundo e, infelizmente, suicidam-se. E ainda há aquelas pessoas que desejam a morte também, mas, antes de chegar à consumação de um suicídio, promovem a automutilação de seu corpo. O suicídio é na verdade, o desejo profundo que todas as pessoas que foram abusadas sexualmente na infância têm de ver acabado o seu sofrimento. É uma tentativa desesperada para acabar com a dor e os traumas deixados pelo abuso.
É necessário compreender que, não importa como, onde ou porque aconteceu sua história de abuso, a criança ou adolescente nunca deve ser responsabilizado pela agressão. O adulto sempre será o responsável em lidar com seus sentimentos e não usar de sua autoridade para sua satisfação sexual diante de uma criança. Aprender a ver a história sobre esse ponto de vista trará mais autoestima à pessoa que, aos poucos, vai deixando de lado o desejo de morrer.

 

Outras Conseqüências

Existem muitas outras consequências que o abuso pode deixar na vida de uma pessoa.  Falta de confiança, dificuldade com a sua identidade sexual, perfeccionismo, fobias, são alguns outros exemplos que podemos citar. É muito importante que a pessoa que viveu a experiência de abuso procure ajuda para resolver seus problemas. Falar francamente sobre o que aconteceu pode ajudar muito. Procure um grupo de autoajuda e/ou um profissional que tenha especialização nessa área. Esse é o caminho para quem deseja ter uma vida melhor, independentemente de sua história.

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